Se você fosse picado por uma aranha radioativa, o que realmente aconteceria?

Vamos ser sinceros: quem nunca sonhou em ganhar superpoderes depois de uma mordida de aranha, como o Homem-Aranha? Escalar paredes, soltar teias e ter reflexos incríveis parece incrível, né? Mas… e se isso acontecesse na vida real? O que rola de verdade quando uma aranha radioativa te morde? É aí que a ciência bate à porta com aquela realidade que a ficção esqueceu de mencionar.
O mito da aranha radioativa e os quadrinhos
Nos quadrinhos, Peter Parker é picado por uma aranha alterada por radiação e, de repente, vira o amigão da vizinhança. Só que, na vida real, a história vai por um caminho bastante diferente e bem menos empolgante. Antes de tudo, vamos entender de onde veio essa ideia.
A radiação era um conceito “da moda” nos anos 60, quando o personagem foi criado. Tudo que envolvia ciência, mutações e radioatividade era visto como algo misterioso e perfeito para criar heróis (ou vilões). Mas a gente sabe que, na prática, as coisas não são tão simples assim.
Aranhas, venenos e… hospitais
Primeiro, vamos falar das aranhas. Apesar da fama ruim, a maioria delas é inofensiva para os humanos. As que oferecem algum perigo real são raras, como a aranha-marrom (Loxosceles) ou a viúva-negra. E mesmo essas, em geral, só atacam se se sentirem ameaçadas.
Agora, junte a isso a exposição à radiação. O que acontece se uma aranha é exposta à radiação e depois te morde? Bom, a ciência diz que…
- A radiação não “transfere” mutações de forma mágica de um animal para outro.
- Se o animal está vivo depois da exposição, provavelmente não teve nenhuma mutação útil (muito menos incríveis).
- Mutações não são como poderes de videogame: são alterações genéticas geralmente incontroláveis.
Ou seja: você não vai escalar paredes. A realidade mais provável seria… uma bela visita ao hospital.
O que a radiação realmente faz no corpo
Vamos entender melhor o papel da radiação nessa história. Quando você é exposto à radiação principalmente em níveis altos o que acontece no seu corpo é perigoso. Em vez de dar poderes, ela pode causar:
- Danos ao DNA (mutações aleatórias e prejudiciais);
- Problemas no funcionamento celular;
- Câncer, doenças degenerativas e, em casos extremos, a morte.
Lembra de Chernobyl? Muitos trabalhadores morreram ou ficaram gravemente doentes por causa da radiação. Ou seja, não tem nada de super-heróico nisso.
Mutações acontecem, mas não como você imagina
Sim, mutações genéticas existem – daí nascem doenças genéticas, mudanças evolutivas e até… novas espécies, ao longo de milhões de anos. Mas é um processo lento, aleatório e, geralmente, não muito cinematográfico.
É como se você pegasse um código de computador e, aleatoriamente, trocasse palavras por outras. Algumas dessas mudanças podem travar tudo. Outras nem teriam efeito. E pouquíssimas (mas bem raras mesmo), poderiam ser úteis. Agora, imagina isso acontecendo no seu corpo sem controle.
Mas e se fosse uma picada de aranha comum?
Mesmo sem radiação, uma picada de aranha pode causar alguns efeitos desconfortáveis. Dependendo da espécie e da sua reação, os sintomas podem incluir:
- Inchaço e vermelhidão no local;
- Dor, coceira ou sensação de queimação;
- Febre, náusea, dor muscular (em casos mais graves);
- Necrose tecidual (com as perigosas aranhas-marrons, por exemplo).
Ou seja, se você for picado por uma aranha, o mais heróico a fazer é ir ao médico. E nada de esperar que o seu “sentido-aranha” te avise disso, hein!
Por que a ciência não cria superpoderes?
Boa pergunta, né? Afinal, temos tantos avanços na medicina, genética e tecnologia… por que ainda não conseguimos criar um super-herói real?
Na verdade, já temos “poderes” muito impressionantes, só que de jeitos diferentes:
- Próteses robóticas que podem ser controladas com o pensamento;
- Tratamentos genéticos que curam doenças raras;
- Exoesqueletos que aumentam força e resistência;
- Implantes que devolvem a audição ou a visão.
Talvez não consigamos soltar teias ou escalar prédios, mas já passamos do nível “humano comum” em várias áreas. A verdadeira transformação acontece nas mãos da ciência e sem precisar de picadas misteriosas.
Conclusão: superpoderes ficam melhor na ficção
No final das contas, se uma aranha radioativa te picasse de verdade, o mais provável seria uma infecção, sintomas desagradáveis e uma ida ao pronto-socorro não virar um super-herói.
Mas não precisa ficar triste! A vida real tem seus próprios superpoderes. Eles estão nas vacinas, nos avanços da tecnologia médica, nas pesquisas científicas… e, claro, na nossa capacidade de imaginar e criar histórias incríveis como a do Homem-Aranha.
Então, enquanto o mundo da ciência caminha devagar (e com responsabilidade), a gente segue sonhando com superpoderes… mas com os dois pés no chão e uma bela dose de protetor solar (e talvez um repelente também).
Leituras recomendadas:
- Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) – Informações sobre venenos e picadas
- Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) – Tudo sobre radiação e segurança
- Sociedade Brasileira de Genética – Genética de forma simples
- Brasil Escola – Aranhas: tipos e curiosidades
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