Sabia que o criador de Akira influenciou o visual do Cyberpunk 2077?

Se você curte jogos futuristas, visual neon e aquela vibe tecnológica misturada com caos urbano, provavelmente já jogou ou ouviu falar de Cyberpunk 2077, certo? Mas o que talvez você não saiba é que uma das maiores inspirações visuais e temáticas desse game veio do outro lado do mundo, direto do Japão. Sim, estamos falando de Akira, o mangá e anime criado por Katsuhiro Otomo que revolucionou o gênero cyberpunk.
Mas como assim, um anime dos anos 80 influenciar um jogo lançado em plena era dos gráficos realistas? Vamos explorar isso juntos e descobrir como Otomo moldou o futuro – literalmente.
Akira: O futuro começou em Tóquio
Antes de mais nada, vale lembrar o que é Akira. Lançado como mangá em 1982 e adaptado para os cinemas em 1988, Akira é mais do que uma animação japonesa. Ele é um marco, um divisor de águas para a ficção científica e o estilo cyberpunk como a gente conhece hoje.
Ambientado em uma Tóquio futurista e destruída por guerras e experimentos científicos, o mundo de Akira é sombrio, mas ao mesmo tempo vibrante. As ruas estão vivas com luzes de neon, gangues de motoqueiros, propaganda por todos os lados e prédios gigantes. Tudo isso misturado com uma crítica à política, ao avanço descontrolado da ciência e à alienação da sociedade.
Se tudo isso parece familiar, é porque muita coisa desse universo também aparece em Cyberpunk 2077.
Do Neo-Tóquio à Night City
Quando falamos de ambientação cyberpunk, alguns elementos são quase obrigatórios:
- Megalópoles futurísticas cheias de concreto e telas de LED.
- Neon por todos os lados, criando um contraste entre o brilho e a decadência.
- Personagens marginais: hackers, rebeldes, gangues de rua.
- Conflito entre homem e máquina.
Esses elementos estão tanto em Akira quanto em Cyberpunk 2077. Mas a influência de Otomo vai além da estética.
Segundo os próprios desenvolvedores da CD Projekt Red, o estúdio responsável por Cyberpunk 2077, Akira foi uma das maiores inspirações na construção visual de Night City. Dá pra ver isso na arquitetura brutalista, no uso das cores, nos efeitos de luz e até na maneira como os personagens se movimentam pela cidade.
O visual que definiu o gênero
Otomo não apenas criou um universo visual, ele praticamente fundou uma linguagem para retratar o futuro. Em Akira, vemos um mundo que mistura o tradicional com o ultra-moderno: templos ao lado de arranha-céus, motos com design aerodinâmico que viraram referência em todo o mundo (sim, a moto do Kaneda virou símbolo do anime cyberpunk!), drones, experimentos científicos… tudo isso já em 1988.
Agora pensa comigo: quantas dessas coisas aparecem em Cyberpunk 2077? Exatamente!
Não é só visual: temática também pesa
Além da aparência, Akira também influenciou a forma como Cyberpunk 2077 aborda seus temas sociais. Nos dois mundos, a sociedade está à beira do colapso. A tecnologia avançou, mas não para todos. Enquanto grandes corporações se enriquecem, o povo comum vive em favelas verticais, cercado de violência e corrupção.
Em Akira, testemunhamos um governo autoritário tentando esconder experimentos com crianças com poderes psíquicos. Em Cyberpunk 2077, são as gigantes da tecnologia e farmacêutica que manipulam tudo por trás das cortinas. Ambos os universos nos fazem refletir sobre até onde a humanidade pode ir em nome do “progresso”.
De fã para fã: a homenagem dos desenvolvedores
Quem jogou Cyberpunk 2077 com atenção pode ter notado alguns “easter eggs” e referências diretas a Akira. Vamos citar algumas curiosidades legais:
- A moto de V, a Arch, tem design que lembra muito a icônica moto vermelha de Kaneda.
- Algumas cenas do jogo usam ângulos de câmera e animações que remetem diretamente ao filme de 88.
- Até os nomes de certos lugares e NPCs podem ser lidos como homenagens a personagens de Akira.
Esses detalhes mostram o carinho e o respeito que a equipe de desenvolvimento teve com a obra de Otomo. É quase como se Cyberpunk 2077 fosse uma carta de amor ao gênero que Akira ajudou a definir.
Por que isso importa?
Você pode estar pensando: “Legal, mas por que eu deveria me importar com isso?”
Simples. Entender de onde vem a inspiração por trás de um jogo como Cyberpunk 2077 enriquece a experiência. Você começa a notar detalhes que antes passavam despercebidos. Além disso, abre as portas para conhecer obras clássicas como Akira, que continuam tão relevantes hoje quanto eram no passado.
É como assistir Star Wars depois de saber que foi inspirado por Akira Kurosawa: tudo ganha outra camada de significado.
O legado de Otomo continua
Mesmo décadas depois do lançamento de Akira, Katsuhiro Otomo continua sendo uma grande força criativa. Seu trabalho influenciou não só o mundo dos animes, mas também de jogos, filmes e até moda.
Quer um exemplo atual? A série “Edgerunners”, também ambientada no universo de Cyberpunk 2077, carrega fortemente esse espírito japonês de contar histórias distópicas com emoção intensa e personagens marcantes. Mais uma prova de como as sementes plantadas por Otomo florescem até hoje.
Conclusão: Akira correu para que Cyberpunk 2077 pudesse andar de moto
Fica claro que sem Akira, talvez Cyberpunk 2077 nem existisse como conhecemos. E tudo isso graças à visão única de Katsuhiro Otomo, que uniu crítica social, ficção científica e uma estética futurista que continua influenciando até hoje.
Então, se você curte games e quer entender de onde vêm as ideias que moldam esse universo, vale (re)assistir Akira. Quem sabe, depois disso, sua próxima jogatina em Night City ganhe outro significado?
Leituras e recomendações para quem quer ir além:
- Akira (1988) – Filme dirigido por Katsuhiro Otomo
- Akira – Mangá, publicado no Brasil pela JBC
- Cyberpunk 2077 – Jogo disponível em várias plataformas
- Anime: Cyberpunk Edgerunners, disponível na Netflix
- Documentários sobre cultura cyberpunk, como “The Origins of Cyberpunk” no YouTube
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